domingo, 2 de julho de 2017

NECROSE DE CABEÇA DE FÊMUR - FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA.

INTRODUÇÃO

Necrose de Cabeça de Fêmur, Osteonecrose de Cabeça Femoral (OCF), Necrose Isquêmica da Cabeça do Fêmur, Necrose Avascular de Cabeça Femoral ou, por fim, Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur (NACF), constitui-se em uma etiologia que pode ser considerada como o resultado final de uma combinação de fatores mecânicos e biológicos que levaria a circulação intra-óssea da cabeça femoral a um quadro isquêmico, seda decorrente de fenômenos trombembólicos ou pela estase venosa por diminuição do fluxo sanguíneo. 


ETIOLOGIA

De ordem multifatorial, a OCF possui etiologia intrigante e ainda, sob diversos fatores, permanece obscura sua origem. Parece haver indícios de ligação com metabolismo lipídico, no entanto, sabe-se, de modo geral, que dois fatores - álcool e cortisona - são associados responsáveis pela grande maioria dos casos extra-traumáticos, além das discrasias sanguíneas. Há estudos que afirmam que 90% dos casos estão fortemente associados ao álcool e uso de corticóides.


FISIOPATOLOGIA

A fisiopatologia desta entidade é marcada, inicialmente, por uma lesão isquêmica primária provocada pela interrupção do fluxo sanguíneo a nível arterial, capilar, sinusal ou venoso. Após 6 horas da agressão vascular é possível que haja,  já evidenciada histologicamente, considerável morte celular.  Após as várias tentativas reacionais de reparo tecidual da lesão, ocorre edema local por considerável região óssea desprovida de irrigação. Este edema pode permanecer estável por algum período, até que estresses biomecânicos transferidos às trabéculas subcondrais culminem em microfraturas irreparáveis, com progressivo enfraquecimento do osso subcondral. O osso entra no estado progressivo de colapso, dado que a área necrosada sobrepõe-se à remodelação óssea, precedendo o achatamento da cabeça. Por fim, após este processo, a cartilagem fica exposta aos mecanismos anormais de pressão que levam a um processo degenerativo progressivo.


TRATAMENTO

O tratamento é, inicialmente, o afastamento dos fatores de risco, e, ao longo do processo progressivo da patologia, a cirurgia de descompressão e/ou, nos casos mais graves, de artroplastia de quadril, que oferece a melhor forma de proporcionar qualidade de vida ao paciente. 


Referências

Dani & Azevedo - Necrose avascular de cabeça femoral, Moreira Jr editora, 11-16 - http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3260






 
Professor Dr. Dermeval Reis Junior
            Fisiopatologista 
 e-mail - drdermeval@gmail.com