quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A TEORIA DA EVOLUÇÃO CONFRONTADA COM EVIDÊNCIAS DE LEIS NATURAIS AINDA EM VIGÊNCIA NA CIÊNCIA BIOLÓGICA E FÍSICA. A CONSTATAÇÃO DA INEXISTÊNCIA DESTA TEORIA E A IMPOSSIBILIDADE DE HAVER EVOLUÇÃO

Os que ensinam a teoria da evolução de Darwin são grandes vigaristas. Usam estas falácias não factíveis para ludibriar e tornam em sofisma uma grande mentira deste século. "Dermeval Reis Junior" 

A ciência sem DEUS é cega... - DEUS não chama aqueles que possuem competência e sim capacita aqueles que Ele chama. "Albert Einstein"
 
O coração têm suas razões que a própria razão desconhece. "Blaise Pascal"
 

Apoiado em algumas análises feitas com critérios baseados nas evidências da natureza, na literatura, nos documentários, na Bíblia Sagrada, postulados criacionista e evolucionista e palestras, não fica difícil chegar à conclusão de que a evolução não existe. Veja: Uma das primeiras teorias cientificamente aceitável foi a teoria da biogênese, que reza em seu enunciado que "matéria viva procede sempre de matéria viva".Assim, o primeiro passo consistente  e opositor à abiogênese aristotélica foi dado pelo italiano Francesco Red em 1668, médico e naturalista, provou que larvas não nasciam quando a carne estivesse inacessível às moscas, protegidas por telas, evitando assim a deposição seus ovos. Um biólogo francês em 1862 conseguiu uma grande façanha em refutar a abiogênese. Louis Pasteur foi contra o argumento de Needham sobre a destruição do princípio ativo durante a fervura. O experimento de Pasteur permaneceu nas condições em que fora feito, sem nenhuma contaminação, livre de micróbios durante cerca de um ano e meio, mostrando que não se poderia haver vida a partir de qualquer matéria.
Claro que este postulado refuta inegavelmente o postulado a abiogênese e isto há de ser considerado em todo âmbito científico que se trata de origem da vida. Em suma, esta lei diz, em outras palavras,  que vida provém de outra vida semelhante. A teoria da evolução não considera este aspecto, diga-se de passagem, natural e experimentado, isto é, é um fenômeno biológico comprovado, portanto aceito. Esta teoria diz que a vida surgiu ao acaso pela seleção natural. Confrontando esta teoria com a lei da biogênese, podemos afirmar em gênero, número e grau que a evolução é inexistente. Outra lei muito importante e que governa processos naturais em qualquer sistema ou fora dele, seja biológico ou inorgânico é a 1ª lei da termodinâmica, que diz o seguinte: "a energia total de um sistema e sua circunvizinhança é constante", ou seja, lei de conservação da energia. O postulado evolucionista defende a tese de que ainda a energia ou o sistema está em expansão, em outras palavras, expansão significa evolução. Frente à 1ª lei da termodinâmica, e ela está em vigência, pode-se certamente afirmar que é impossivel haver evolução, pois, a conservação da energia não permite que um sistema seja expandido de forma casual, pois, o enunciado diz que "a energia de um sistema é o mesmo dentro do sistema e na sua circunvizinhança".  A 2ª lei da Termodinâmica diz que um sistema caminha de níveis organizados para níveis desorganizados, ou seja, é uma direção decrescente. O postulado evolucionista afirma o contrário, onde tudo que é desorganizado caminha na direção de organização. Mais uma vez, frente a uma lei científica natural e que rege princípios da e na natureza, a teoria evolucionista é colocada em xeque-mate e acaba de ser vencida. É impossível, mediante a vigência desta segunda lei da termodinãmica que haja uma direção crescente, isto é, evolução, expansão. A teoria da evolução não resiste à esta análise científica.Uma quarta abordagem mediante a "lei da Causa-Efeito" pode ser feita  e por sí só deixar a teoria da evolução completamente invalidada. A lei da causa e efeito também conhecida como uma das leis de newton, a 3ª, diz que todo efeito, não é quantitativemente e qualitativamente maior do que sua causa, isto é, toda ação, tem uma reação contrária de mesma intensidade de força. Nenhum efeito pode ser maior do que sua causa. Este paradigma é aceito em todos os campos científicos no mundo. Entretanto, a evolução afirma que uma matéria inanimada pode provocar a formação de matéria mais complexa. Em outras palavras, nós surgimos aleatoriamente, sem uma causa. Isto é impossível! Pois a matéria inanimada - causa - gerou um ser complexo como nós - efeito. Isto contradiz esta lei e portanto, mais uma vez, invalida a teoria evolucionista. O próprio Darwin, afirmou que os registros fósseis iria dizer o que realmente ocorre. Para que a teoria evolucionista pudesse resistir, seria necessário uma compatibilidade do que os registros fósseis mostram com o que a teoria postula, isto é, que a matéria menos complexa, seria a mais velha e a matéria mais complexa seria mais nova. Isto é sinônimo de evolução. Os registros fósseis não dizem isto. Confirmam que as vidas mais antigas são mais complexas. Outro dado que elimina a veracidade da teoria evolucionista. Para o desfecho e desarme da teoria da evolução de uma vez por todas, do ponto de vista da biologia, a mutação pode ser utilizada para argumentar a favor da evolução, mas, segundo a lei da entropia, a mutação causa desordem e não ordem, portanto, não explica que tenha ocorrido mutações para que se chegasse até o ponto atual dos níveis organizacionais de vida. Como se não bastasse, Mendel, em 1856 acabou por definir que uma espécie só é capaz de gerar outra espécie semelhante, isto é, tranfere suas características genéticas para a espécie filha, isto é, a mesma espécie. Isto não é evolução. O genoma humano, que é um dos maiores projetos da história da biologia moderna acaba por decifrar o código genético. Conclusão deste projeto: todos os homens são descendentes de um único homem na África oriental. Isto foi noticiado pelo jornal O Globo em 25 de Dezembro de 2002, onde diz o texto que cientistas chegam à conclusão de que o homem descende de um ancestral comum na África. Em termos de probabilidade  de que um evento ocorra ao acaso, a lei de Borel diz: "um evento que tenha 1 chance de ocorrer ao acaso em 1050 chances, simplesmente NÃO OCORRE". Aplicando este conceito à probabilidade de ocorrência da formação de uma proteína de 50 aminoácidos podemos constatar que há 1 chance em 1065 chances de que isto ocorra ao acaso. Agora, aplicando ao DNA, uma molécula muitíssimo complexa, formada por milhões de compostos químicos, possui, com toda sua complexidade biologica, física, bioquímica, espacial e estrutural 1 chance em 101505 chances de que isto ocorra ao acaso. É impossível isto acontecer. Portanto, estes argumentos são mais do que suficientes para evidenciarem que esta teoria não possui nenhum sentido científico. Apenas para satisfazer o ego daqueles que repudiam a existência de um Intelligent Designer e assim permanecerem como um corpo em inércia que pende para o lado onda a força o leva. Se você leitor é um estudande na área de biológicas, pense antes de formar sua opinião a este respeito. Não é bem assim.

Lubert Stryer - Biochemical - Text book - Free energy and termodynamic low. 1995.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DOR - UMA BREVE EXPOSIÇÃO FISIOPATOLÓGICA

É um tipo de sensibilidade estudada pela fisiologia sensorial, portanto é uma sensação originada por um ou vários estímulos. Houve controvérsias a respeito da dor: Epícuro (342-270 a.C.) dizia que não havia envolvimento do SNC; Descartes (1644) propôs uma teoria de que lesões provocavam estímulos e estes por sua vez eram enviados para o cérebro a partir da medula espinhal; Muller (1842) afirmou que o cérebro somente recebia a sensação dolorosa vinda dos nervos; Edinger (1889) foi o primeiro a relatar a via espinoalâmica da dor; Enfim,  Sherrington descreveu a dor como coadjuvante fisiológico de um reflexo protetor fundamental. Todavia, a dor é uma sensação diferenciada que denuncia a alteração de algo no sistema onde foi ocasionada ou próximo deste sistema. É uma sensação extremamente complexa e possui redes de neurônios que formam as vias sensoriais da dor ou vias nociceptoras. Estas vias são capazes de reorganizarem-se em estados de dor prolongada acompanhada de lesão tissular. Em fisiologia médica a dor pode ser classificada em 3 estados: dor fisiológica ou aguda; dor patológica: inflamatória e neuropática. Os órgãos sensoriais para a dor são terminações nervosas livres encontradas em quase todos os tecidos do corpo. Os impulsos dolorosos são transmitidos até o SNC por dois sistemas de fibras nervosas: fibras Aδ mielinizadas com 12 a 20 m/s de velocidade de condução do impulso doloroso e fibras C não mielinizadas com 0,5 a 2 m/s de velocidade de condução. Algumas das fibras ascendentes projetam-se para núcleos posteriores ventrais que são os núcleos de retransmissão sensorial específicos do tálamo. Depois dirigem-se para o córtex cerebral. Análises feiras com PET e RM mostraram que a dor pode ativar três áreas corticais: SI, SII e o giro do cíngulo oposto ao lado de origem da dor. Experimentalmente, em animais e depois verificado em humanos, descreveu-se que lesões no córtex insular provocam analgesia, muito semelhante aos efeitos provocados por aumento do GABA nestas mesmas regiões. Recentemente houve a descoberta de uma proteína receptora1 vanilóide (VR1). Esta proteína faz a mediação das vanilinas, um grupo de compostos que provocam dor. A capsaicina é uma tipo de vanilina. Na verdade, independente da proteína, quando um neurônio do tipo Aδ ou do tipo C são estimulados, sua função é “gerar dor”. Como causas da dor, pode-se descrever entre as dores agudas: cirurgia, fratura, lesão ligamentar, bursite, tendinite, distensão ou ruptura muscular, hérnia de disco, lesão articular, acidente automobiliístico, ferimento por arma de fogo, trauma medular, craniano, torácico e abdominal, pulpite, periodontite, otite, amigdalite, sinusite, faringite, laringite, queimadura, infarto agudo do miocárdio, esofagite, pelurite, colecistite, gastrite, pancreatite, cólica nefrética, infecção urinária, doença inflamatória pélvica e abscesso. Além da dor aguda, pode ocorrer dor crônica e entre esta classe estão as síndromes dolorosas. Lombalgia e lombociatalgia são causas comuns elimitantes do trabalho e estão diretamente relacionadas com hérnia discal, estenose espinhal, síndrome miofascial, doença reumatológica, e tumor. Entre as dores lombálgicas os principais achados são radiculopatias cervicais. Dentre as lombalgias e lombociatalgias a região cervical é uma região muito propensa às lesões e geram muita dor. Veja em cada seguimento cervical, tipos e estruturas que são comprometidas e geram dor. Regiões: C1 está relacionada a dor nas regiões posterior do couro cabeludo e retro-orbitária e frontal; alteração dos músculos para a flexão, rotação de cabeça e extensão; C2 relaciona-se com mandíbula, orelha, flexão muscular, extensão e rotação da cabeça e para a rotação da escápula; C3 está relacionada com a dor e alteração sensorial no pescoço e no processo mastóide; C4 além da região do pescoço, a região ântero torácica e músculo elevador da escápula; C5 com dor no pescoço, ombro e bordas medial da escápula lateral do braço e dorsal do antebraço; C6 do pescoço e ombro, o músculo deltóide pode ter comprometimento de sua força; C7 dorso do antebraço, atonia do tríceps e C8 atonia dos músculos intrínsecos da mão, além de braço, antebraço e pescoço. A dor inflamatória, como apresentada anteriormente, possui como mediadores várias substâncias que atuam diminuindo o limiar de dor, como por exemplo as prostaglandinas, bradicinina, entre outras. Geralmente a terapêutica utilizada atua de forma inibitória direta ou indiretamente nestas substâncias alvo. Quanto maior a concentração do mediador, menor é o limiar e maior será a dor. Essa farmacoterapia atua, aumentando o limiar da dor, contudo, reduzindo-a ou eliminando-a e também por agir na supressão da síntese dos mediadores bioquímicos que "conduzem a dor".

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FISIOLOGIA DA EPILEPSIA

A epilepsia ou popularmente chamada de convulsão, se tornou um dos acontecimentos mais dramáticos para a medicina e para as vítimas que sofrem deste mal. Apesar de ser um distúrbio misterioso, já conhecemos perfeitamente as manifestações físicas e eletrofisiológicas. O que permance obscuro é sua fisiopatologia, ou seja, como surge e por quem surge. O que se sabe até agora é que convulsões, sob ponto de vista biológico, possuem anormalidades no comportamento de grupos neuronais cerebrais. Alguns tipos de epilepsia, como aquelas que têm crises focais corticais, podem se causadas por lesões, tais como traumas perfurantes, infarto cerebral ou até mesmo um tumor cerebral. Ainda, apesar destas lesões serem importantes na geração destas crises, a base celular destas alterações, ao nível epilético ainda permanece obscuro. Os neurônios, como todas as células, possuem em sua membrana, os canais, isto é, proteínas que são especializadas no transporte de determinadas substâncias e que a entrada ou saída por meio destes canais mantém a célula em seu estado normal ou não. Vejam: um canal transportador de sódio, quando aberto por mais tempo do que o normal, claro, promove a entrada de mais sódio do que o normal na célula e assim, isto pode provocar sérios desajustes intracelulares, como por exemplo, aumentar a quantidade de água dentro da célula, pois o sódio é um componente osmótico. Um dos fatores considerados na atual hipótese fisiopatológica para explicar os distúrbios que provocam crises convulsivas residem em alterações na permeabilidade da membrana celular para o sódio e cálcio. Também, mecanismos inibitórios destes neurônios podem apresentar falhas e por último, uma disposição anatômica distorcida pode resultar em distúrbios funcionais ou até mesmo em lesões neuronais. As convulções mais conhecidas pelos populares é o tipo tônico-clônica, onde o paciente apresenta perda súbita de consciência acompanhada por rigidez de membros e tronco. Frequêntemente pode ocorrer apnéia e cianose, mas após 15 a 30 segundos, há interrupção da postura tônica que é substituída por abalos rítmicos, bilaterais e sincrônicos de braços e pernas. A duração deste fenômeno, inclusive da apnéia pode durar até 50 segundos, quando então começa haver flacidez muscular acompanhada de incursos respiratórios fortes, profundos e estertorosos. O nível de consciência é paulatinamente recuperado, onde após aproximadamente 10 a 15 minutos o paciente realmente desperta acompanhado ou não de confusão mental pós comicial. Além do estresse físico, támbém observa-se hipoxemia, acidose, arritmia cardíaca, hipertensão, edema pulmonar com raridade. Sob aspecto fisiológico, os focos epileptogênicos geram ondas elétricas de alta voltagem em neurônios  e que afetam a rede neuronal motora e, claro, por consequência, músculos. A caracterização fisiopatogênica da epilepsia é clássica e pode ser definida pela despolarização de neurônios excitatórios que deixam de ativar interneurônios inibitórios ou por alterações dos canais iônicos. Há uma dispersão da descarga, o que aumenta a entrada de cálcio nos terminais neuronais e isto promove a liberação de neurotransmissores excitatórios nas sinapses excitatórias. Este fenômeno é conhecido por "potenciação pós tetânica". Envolve entrada de cálcio por canais voltagem dependentes e via receptor do glutamato (NMDA - N-metil-D-aspartato). Basicamente, isto reflete em vias neuromusculares excitatórias, promovendo primeiro a rigidez e depois os abalos rítmicos, característicos. A terapêuticas utiliza meios de bloqueio de canais iônicos de sódio, cálcio, aumento de GABA, melhora a afinidade do receptor GABAa. Assim, há diminuição ou até extinção das crises enquanto a terapia farmacológica é administrada.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

METABOLISMO CORPORAL E ENERGIA - INTRODUÇÃO AO METABOLISMO

Pode ser definido de modo geral como a soma de todos os processos químicos e físicos envolvidos na produção de energia a partir de fontes exógenas e endógenas, na síntese e na degradação estrutural e funcional dos componentes dos tecidos e no descarte dos produtos refugáveis resultantes. O balanço energético no organismo é regulado por leis da termodinâmica, mesmo assim, a energia pode ser obtida de várias formas, bem como, armazenada de várias formas e até gasta de várias formas. Para isto, o organismo possui a capacidade de efetuar interconversões energéticas, por exemplo, energia mecânica em energia cinética, energia química em energia térmica, e assim vai... Em condições normais, ou seja, dentro das regras básicas, quando tudo isto ocorre e a entrada de energia é igual a sua saída, chamamos de equilíbrio ou estado estável (steady state).
As reações nas quais ocorre aumento do grau de desordem (entropia) de um sistema ocorrem espontaneamente com liberação de energia (reação exergônica) ou catabolismo. Em contraste, as reações que são direcionadas na diminuição da aleatoriedade são reações que absorvem energia para que possam ocorrer (reação endergônica) ou anabolismo.
Em termodinâmica, a primeira lei afirma que a energia toral de um sistema e sua circunvizinhança é constante, isto é, a energia é conservada. A seguinte expressão matemática é utilizada para calcular a energia de um sistema:

ΔΕ = EB - EA = Q - W



Nesta equação, E é a representação da energia de um sistema, no começo do processo EA e, no fim do processo EB; Q é o calor absorvido pelo sistema e W, o trabalho realizado pelo sistema. A primeira lei da termodinâmica não pode ser aplicada para prever a ocorrência espontânea de uma reação. O motivo reside no fato de que uma reação somente ocorre espontaneamente quando a soma das entropias (sistema e circunvizinhança) sejam positivas e a energia livre (ΔG) seja negativa. Isto é a segunda lei da termodinâmica. Uma reação só pode ocorrer espontaneamente se ΔG for negativo e seu equilíbrio é atingido sem variações quando este ΔG for zero.

 

HISTÓRIA DA FISIOLOGIA - Breve relato

O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) especulou sobre a função do corpo humano, mas um outro grego, Erasístrato (304-250? a.C.), é considerado o pai da fisiologia devido sua procura por leis físicas que permitissem a compreensão da função humana. Porém, o termo Fisiologia foi cunhado pela primeira vez por um médico francês - Jean Fernel (1497-1558). Fernel foi também o primeiro a descrever o canal vertebral (o espaço na coluna onde a medula espinhal atravessa).
Galeno (130-201 d.C.) escreveu amplamente sobre o assunto e foi considerado autoridade máxima até o Renascimento. Graças aos trabalhos de William Harvey (1578-1657), fazendo uma excepcional exposição sobre o bombeamento de sangue pelo coração por um sistema fechado de vasos sanguíneos foi que a fisiologia se tornou uma ciência, sendo então conceituada como o estudo da função biológica normal da célula, tecido, órgão e organismo.


Entretanto, a fisiologia moderna escolheu outro pai, o francês Claude Bernard (1813-1878), que observou que o ambiente interno do organismo permanece constante na presença de alterações do ambiente externo.
Este comportamento foi cunhado de "Homeostasia" pelo fisiologista americano Walter Cannon (1871-1945)
no artigo ‘‘Physiological regulation of normal states: some tentative postulates concerning biological homeostatics.’’ Cannon, desde cedo mostrou interesse pelas ciências biológicas e, em 1896, foi aceito na Escola de Medicina de Harvard. Lá iniciou seus trabalhos de investigação científica, no laboratório de Henry P. Bowditch (1840- 1911), estudando a motilidade do trato gastrointestinal com a recém-criada técnica de raios-X. Após compilar seus achados sobre digestão na obra The mechanical factors of digestion (Os fatores mecânicos da digestão), voltou sua atenção para o estudo do sistema nervoso autônomo e da fisiologia das emoções. Era nítida para ele a semelhança entre a ação das secreções da divisão autonômica simpática e os efeitos de extratos das glândulas suprarrenais. Passou então a investigar a influência de perturbações emocionais sobre a liberação dessas substâncias (mais tarde identificadas como noradrenalina e adrenalina), e a explorar seus efeitos na fisiologia corporal. Sua conclusão – hoje conhecida como “reação de luta - ou - fuga” – foi que intensos estados emocionais estimulam a secreção de adrenalina pela glândula adrenal, que, agindo nos tecidos periféricos, prepara o organismo para uma ação vigorosa em estados de emergência.

De acordo com a publicação do Professor Dr. Paulo Tucci [Arq. Bras. Cardiol. 58 (4): 295-302, 1992], renomado cientista, admirador e estudioso de Starling, este foi o mais velho dos sete filhos de uma família com recursos 
financeiros limitados, de fé religiosa fundamentalista,  Ernest Henry Starling, um fisiologista cujos trabalhos experimentais exerceram grande influência no próprio campo do manuseio de cardiopatas. Homem convicto do papel fundamental da pesquisa básica para o avanço da atividade clínica, exerceu constante pressão para que aquela busca se desenvolvesse. E isto em época na qual a fisiologia ainda era superficialmente exercida na Inglaterra. O interesse de Starling em Fisiologia era geral, mas o que o atraia, particularmente, era a busca dos fundamentos físicos e químicos dos processos de regulação. A publicação de sua primeira produção efetiva data de 1891, em co-autoria com Bayliss, na qual analisou a eletrofisiologia cardíaca. Starling deu maior ênfase ao equilíbrio dos líquidos e às secreções digestiva. Progressivamente, foi verificando que: 1) a formação da linfa depende da permeabilidade da parede dos vasos e da pressão intracapilar; 2) a pressão osmótica das soluções colóides, às quais os capilares são relativamente impermeáveis, é um fator determinante do deslocamento dos líquidos; 3) a pressão osmótica das proteínas plasmáticas e a pressão hidrostática reinante nos capilares constituem as forças que regulam o sentido do deslocamento dos líquidos. Este conjunto de princípios permite entender o denominado princípio de Starling, que rege o equilíbrio dos líquidos. Foi o primeiro a conferir aos rins a função filtradora.
Mais tarde, caracterizou que a maioria dos solutos plasmáticos era, simplesmente, filtrada nos glomérulos; boa parte dos componentes do filtrado era reabsorvida (água, cloro, bicarbonato, glicose), enquanto outras substâncias (uréia e sulfatos) eram secretadas.  Contrariando o saber estabelecido, Starling e Bayliss descreveram a existência, e as vias de ativação humoral, da secretina pancreática. Formularam o conceito de "chemical messengers" e, pela primeira vez, utilizaram a expressão hormônio.
Em outra sequência de trabalhos, conduzidos juntamente com Knowlton, Starling antecipou, em anos, a existência da insulina: "So far our results go, they seem to indicate that the pancreas normally produces a hormone which circulates in the blood, and the presence of which is necessary in order that the tissue cells may be able to assimilate and utilize the sugar of the blood." Os trabalhos sobre o equilíbrio dos líquidos deram renome internacional a Starling, possibilitando-lhe desfrutar de convívio com a comunidade científica de vanguarda. Durante conferências (Arris and Gales Lectures) proferidas neste intercâmbio, abordou aspectos da função cardíaca não relacionados, propriamente, com o equilíbrio dos líquidos. Delas resultaram, em 1897, a publicação de três textos. É surpreendente como o primeiro deles (On the Compensatory Mechanisms of the Heart) antecipa as leis do coração de 12 anos, em relação à época que Starling começou a padronizar a preparação coração-pulmão: "... we can increase the resistance to be overcome by the heart to three or four times the normal amount, without altering in any way the quantity of blood expelled in each beat, ... within very wide limits the output of the heart is independent of the resistance to output... increase diastolic distension exercises a strong augmenting effect on the ventricular contraction." Mais tarde ele verificaria que estas características eram preservadas no coração denervado e, portanto, eram expressões de uma propriedade intrínseca.


Em 1964, Macfarlane propôs a hipótese da “cascata” para explicar a fisi
ologia da coagulação do sangue. Foi proposto um modelo, onde a coagulação ocorre por meio de ativação proteolítica, sequencial de zimógenos, por proteasesdo plasma, resultando na formação de trombina que, então, converte a molécula de fibrinogênio em fibrina.

Grande parte dos conhecimentos sobre a fisiologia chegou a ser esclar
ecido no século XX. Com o advento de novas técnicas e a descoberta do DNA - biotecnologia, a fisiologia tornou-se altamente revolucionária, abrangendo um número ilimitado de publicações anuais.







Dr. Dermeval Reis Junior
Biomédico Pesquisador/Professor
Fisiologia - Patologia Clínica