quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FISIOPATOLOGIA DAS INFEFCÇÕES PELO PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) NAS CÉLULAS DO COLO UTERINO

A infecção pelo HPV ocorre em mulheres jovens e é tida como uma das mais frequentes DSTs. 20% dos indivíduos sexualmente ativos são portadores desta infecção. Um número considerável e preocupante. 30 a 50 % dos jovens apresentam infecção pelo HPV. Este número sugere que a cada vez mais, jovens que iniciam precocemente a atividade sexual estão mais predispostas ao desenvolvimento de neoplasia intraepitelial escamosa cervical (NIC), ou em outras palavras, malignidade da cérvice uterina. O HPV é um virus de DNA, cujas formas HPV-5 (verrugas), 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82, são considerados de alto risco oncogênico, com graus II e III de NIC, e câncer invasor. Como já bem sabido, vírus é um parasita intracelular obrigatório, ou seja, só atua caso tenha uma célula para que seu DNA viral seja inoculado nela. Assim sendo, as células mais favoráveis à instalação do vírus são as do colo uterino. Nesta região, há células da zona de transformação, células metaplásicas ou células basais epiteliais. Elas, por si, são células que se proliferam fisiologicamente e ainda possuem menor resistência imune. Tudo que os HPVs precisam para infectarem e se reproduzirem. Além disto, a baixa resistência imune se dá por baixos níveis de citocinas imunológicas IL-2, maior expressão de IL-10 e do elemento facilitador da imunossupressão. Em outras palavras, um ambiente totalmente favorável ao estabelecimento do agente. a ação se dá com a expressão do gene E2 do HPV, com inibição da transcrição gênica do hospedeiro (célula do colo uterino) e causa uma estagnação no ciclo celular (fases G1, S, G2), na fase G1. Isto permite a ação do controlador de integridade do DNA, a P53, que por sua vez, sofre um bloqueio por meio da expressão do gene E6. Isto favorece a atuação do gene E7, que reprime o gene Rb do hospedeiro. Assim, o processo proliferativo é liberado, promovendo a replicação do HPV, durante a maturação das células proliferadas. Assim, em cada célula da cérvice uterina infectada, vários outros vírus, surgirão e agirão com o mesmo processo.  O diagnóstico considerado padrão ouro é o histopatológico (biópsia), que identifica alterações celulares características no trato genital inferior. 

Referências

DORES, GB. Diagnóstico da infecção cérvico vaginal por papilomavirus humano. Valor da colposcopia, citologia e histopatologia como métodos diagnósticos. Tese de Mestrado - Unifesp 1989.
RIBALTA, JCL. Infecções pelo papilomavírus humano (HPV) in: LOPES, AC. Diagnóstico e tratamento Vol. 3, pp.393-401, ed. Manole, 2007.