Atualmente se fala muito sobre obesidade, tanto na prevenção desta condição como na utilização de estratégias combatentes à sua expansão. É fato que a obesidade é fortemente associada a componente genético, contudo, a multifatorial influência de outros estimuladores da obesidade estão presentes e grande parte deles são evitáveis, seja pela prática de exercícios físicos, reeducação alimentar, utilização de medicamentos, cirurgia bariátrica, entre outras estratégias terapêuticas. O fato é que, muitas pessoas que são acometidas pela obesidade, não optam em primeira escolha pelas práticas não medicamentosas e não invasivas, isto é, desejam melhorar a qualidade de vida de forma mais acelerada e induzida, ou seja, optam pela cirurgia e medicações, deixando a prática física e reeducação alimentar para segundo plano. Atualmente, uma droga recentemente colocada no mercado farmacêutico tem sido alvo de forma absolutamente incoerente e irracional na utilização do combate à obesidade, independentemente se a condição patológica do paciente exige o tratamento direcionado pela droga ou não. O mecanismos de ação desta droga é unicamente voltado ao aumento dos níveis de insulina circulantes, em pacientes diabéticos do tipo 2, ou diabetes melitus não insulinodependente. Neste tipo de doença, as células β do pâncreas, produtoras de insulina, estão com a síntese de insulina em atividade, contudo, as células dos tecidos dependentes de insulina tornaram-se insensíveis ao hormônio de forma que a insulina passa a não mais exercer sua função primordial, que consiste em estimular a expressão do GLUT 4 na superfície da membrana celular. A quantidade de insulina varia proporcionalmente ao teor de glicose presente no sangue, tendo o glucagon como coadjuvante na modulação da glicemia. Algumas drogas para o tratamento do diabetes do tipo 2 consistem em simular a insulina e exercer os mesmos efeitos. Outras, reduzem a absorção de carboidratos pelo intestino e outras alteram os parâmetros metabólicos intracelulares, promovendo down regulation e up regulation de alguns fatores de sinalização celular. O mecanismo fisiológico para a liberação da insulina na circulação pelas células b pancreáticas é pela presença de glicose, contudo outros fatores podem influenciar a expressão do gene da insulina e intensificar sua liberação. É o caso do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1), produzido no intestino, em resposta à concentração luminal elevada de glicose. O GLP-1 se liga no seu receptor, acoplado à proteína G, na célula b e isto faz com que os níveis de AMPc sejam elevados, ativando PKA, gerando IP3, DAG, e araquidonato, bem como ativação da PKC. Ambas as vias amplificam o sinal do Ca++, o que intensifica as fosforilações e ativações de proteínas que promovem a exocitose da insulina. Paralelamente, o GLP-1 também promove intensificação do sinal no centro da saciedade e inibe o centro da fome, fazendo com que haja menor ingestão alimentar.
Referências
MOLINA, P. Pâncreas endócrino, in: MOLINA, P. E. Fisiologia endócrina. Editora McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 157-179, 2007.
ZIMRIN, A. B.; MACIAG, T. Progress toward a unifying hypothesis for angiogenesis. J Clin Invest. 97:1359, 1996.
MONTEIRO, H. P.; CURCIO, M. F.; OLIVEIRA, C. J. R. Vias de transdução de sinais em células endoteliais: implicações na angiogênese. In: da LUZ, P. L.; LAURINDO, F.R.M.; CHAGAS, A. C. P. Endotélio e doenças cardiovasculares. Atheneu, São Paulo, 83 – 95, 2003.
BRKOVIC, A; SIROIS, M. A. Vascular Permeability Induced by VEGF Family Members in Vivo: Role of Endogenous PAF and NO Synthesis. J Cell Biochem 100: 727–737, 2007.
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